terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Plano Individual de Trabalho (P.I.T.) como promotor da diferenciação pedagógica

No seguimento, de pesquisas relacionadas com a diferenciação pedagógica e a inclusão deparei-me com a metodologia do Movimento da Escola Moderna e com o instrumento denominado Plano Individual de Trabalho (P.I.T.) que considerei que pode ser uma boa forma de trabalhar a heterogeneidade das turmas com que trabalhamos e, também, um bom instrumento para fomentar a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais. Deste modo, de seguida apresentarei algumas considerações sobre este instrumento.
O P.I.T. é um instrumento que se guia pelos seguintes princípios: gestão participada do currículo, em que os alunos participam ativamente; diferenciação pedagógica, pois promove a inclusão, defendendo que se todos são diferentes todos têm um P.I.T.; autorregulação e avaliação formadora, em que o aluno deve saber porque tem que aprender e como deve avançar para atingir os objetivos do currículo; inclusão, visto que não existem turmas homogéneas e que se tem que aprender a gerir a homogeneidade numa perspetiva inclusiva; e na construção de uma comunidade de aprendizagem ao serviço de uma cultura de cooperação, na medida em que todos têm que se preocupar com a aprendizagem dos outros.

Este instrumento encontra-se ao serviço da gestão do percurso da aprendizagem pelo aluno, pois cria sentido para o trabalho escolar, visto que gera um compromisso social que obriga a ter que fazer o P.I.T.. Permite, ainda, a construção de competências e de técnicas de trabalho intelectual, promovendo, o estudo autónomo, fazendo com que os alunos resolvam questões e reflitam sobre os problemas. É de referir também que este tipo de trabalho possibilita a construção de hábitos de estudo e a construção de produtos culturais autênticos, nomeadamente, o sentido do trabalho escolar, visto que as aprendizagens devem fazer sentido para depois serem aplicadas no quotidiano, havendo assim um maior envolvimento por parte dos alunos. Ainda, facilita a construção de saberes em cooperação, pois todos estão envolvidos, sendo que os alunos também aprendem fora da escola e, por este motivo, a escola funciona como organizador de todas as aprendizagens. Para finalizar, promove a autonomia, porque leva os alunos a organizar o seu tempo e a saber o que têm de fazer de acordo com os seus objetivos.

O P.I.T. é um instrumento de pilotagem do aluno que lhe permite registar a planificação e avaliação do seu trabalho durante o tempo de estudo autónomo e durante o tempo de projetos e permite a sua participação em momentos coletivos, possibilitando o registo da forma como o aluno realizou os seus trabalhos. e o seu trabalho é avaliado.
A avaliação do P.I.T. é realizada durante a semana tendo em consideração as opiniões dos colegas e do professor, em coletivo e mediante critérios que se vão construindo em conjunto e que decorrem da avaliação semanal.





http://www.movimentoescolamoderna.pt/







Bibliografia:
Grave-Resendes, L. & Soares, J. (2002) Diferenciação Pedagógica.Universidade Aberta. Lisboa

A planificação...

Na minha opinião, a planificação é muito importante para o trabalho do professor, pois é a partir dela que refletimos sobre as características da turma e é em torno da planificação que se constrói o ato educativo e tudo o que envolve o processo de ensino/aprendizagem.
A planificação permite que o professor oriente o seu trabalho, sendo esta baseada nas decisões do Ministério da Educação e tendo em consideração os seguintes documentos: Currículo Nacional/Orientações Curriculares, Projeto Educativo de Escola, Projeto Curricular de Escola e o Projeto Curricular de Turma. Nesta devem estar contemplados os conteúdos, as atividades/estratégias, os recursos e a calendarização.
Note-se que na planificação, também, devem constar os objetivos que os alunos devem atingir e a forma como será efetuada a avaliação.
É de referir, ainda, que a planificação é flexível, podendo ser alterada sempre que o professor considere necessário.

O currículo e a aprendizagem por projetos...


O Currículo tem como finalidade a educação, concretizando-a no processo de ensino/aprendizagem. Sendo assim, o currículo surge como as decisões políticas do Governo e do Ministério da Educação que são implementadas a nível nacional. Contudo, cabe às escolas colocar em prática estas decisões, reformulando-as no Projeto Educativo de Escola e adequando-as às necessidades dos alunos e ao contexto educativo em que as escolas estão inseridas.

Posteriormente, o professor executa estas decisões dentro da sala de aula, adequando-as às características dos seus alunos com o objetivo de os guiar no seu processo educativo. Pois, o professor é, actualmente, o intérprete, o árbitro e o guia na implementação das finalidades das instituições. (in Machado, F.A.,& Gonçalves, M.F.M.)

Sendo que a metodologia de projeto é utilizada no contexto educativo pareceu-me pertinente referi-la, na medida em que esta se caracteriza por implicar um método de acção participado, solidário, tendo em vista objectivos realizáveis e estabelecidos de comum acordo. Procura-se, através dele, encontrar respostas para determinados problemas (in http://aulaportuguesonline.no.sapo.pt/modulo11.htm)

Considero que é importante relembrar que como professores temos um papel fundamental na formação dos nossos alunos e que os "projetos" existentes nas nossas escolas têm como principal objetivo colocar em prática estratégias que permitam o desenvolvimento das suas capacidades.

Bibliografia:
Machado, F.A. & Gonçalves, M.F.M. (1991). Currículo e Desenvolvimento Curricular – Problemas e Perspectivas. Rio Tinto, Edições ASA: 181-183).









domingo, 18 de dezembro de 2011

Os benefícios das novas tecnologias para pessoas com NEE


Uma das grandes "virtudes" da tecnologia é permitir que as pessoas com deficiência possam melhorar a sua qualidade de vida. Nomeadamente, as pessoas com deficiência visual podem utilizar impressoras Braille, que imprimem em alto-relevo as informações contidas em qualquer documento em formato digital; existem vários softwares e hardwares que permitem que se ouça o que está escrito no ecrã e que aumentam as definições do mesmo, de acordo com as características dos utilizadores. Também existe o teclado virtual que facilita a escrita no computador por pessoas que têm dificuldade em manusear o teclado normal (este teclado pode ser instalado no computador através do site: http://www.lakefolks.org/cnt/ ) e a calculadora falante, em que cada vez que se pressiona uma tecla esta é verbalizada.
As novas tecnologias permitem, ainda, que pessoas com mobilidade reduzida possam ter acesso a vários mecanismos que facilitam o acesso a determinados objetos, como por exemplo os manípulos de apoios e braços.
Sendo assim, considero que o acesso às novas tecnologias é uma mais-valia para aqueles que possuem limitações físicas.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Sistemas de signos gráficos



Os sistemas de signos gráficos estão associados às tecnologias de apoio para a comunicação e têm surgido vários, mas os primeiros a serem utilizados foram os signos Bliss e as fichas de palavras Premack.  
Ficha de palavras Premack
O sistema Bliss é composto por signos gráficos e foi utilizado como sistema de comunicação em crianças com deficiência motora e que apresentavam também dificuldades na leitura e na escrita. Este sistema é o mais avançado para pessoas não falantes.

Signos Bliss
O Sistema PIC consiste em desenhos que formam silhuetas brancas sob um fundo preto. Este sistema é mais simples que o Sistema Bliss, contudo é um pouco mais limitado, pois a construção de novas palavras nem sempre é fácil porque possui poucos símbolos. Todavia, destina-se a ser utilizado por portadores de deficiência mental, com problemas de comunicação ou problemas de visão, visto que o preto no branco cria um maior contraste.

Sistema PIC
O Sistema SPC caracteriza-se por os signos serem desenhos de linhas simples a preto, sob o fundo branco e a palavra está escrita sob o desenho. Este sistema é adequado a pessoas com necessidades comunicativas equivalentes tanto a um nível de linguagem simples como um nível de linguagem mais elaborado. Deste modo, pode dizer-se que é um sistema flexível com possibilidades de evolução, que se ajusta às necessidades do seu utilizador.


O Sistema REBUS é constituido por signos de escrita logográfica e foi criado para ajudar pessoas com deficiência mental ligeira a aprender a ler. Este sistema exige poucas capacidades de leitura e situa-se numa fase itermédia da aprendizagem da leitura, facilitando o seu desenvolvimento. 


Bibliografia:
TETZCHNER, S.; MARTINSEN, H (2000) Introdução à Comunicação Aumentativa e Alternativa. Colecção Educação Especial. Porto. Porto Editora.




quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Comunicação aumentativa e alternativa

Desde sempre que o ser humano teve necessidade de comunicar. Contudo, existem pessoas com deficiência (física, auditiva, visual ou mental) que estão limitadas para comunicar com o mundo que os rodeia.
A impossibilidade de utilizar a fala como forma de comunicação pode fazer com que haja necessidade de usar um Sistema de Comunicação Aumentativo/Alternativo.
A Comunicação Aumentativa caracteriza-se por ser a comunicação complementar ou de apoio e (...) promover e apoiar a fala e garantir uma forma de comunicação alternativa se a pessoa não aprender a falar. Enquanto a Comunicação Alternativa se destingue por ser qualquer forma de comunicação diferente da fala e usada por um indivíduo em contextos de comunicação frente a frente. TETZCHNER (2000)
A utilização destes sistemas de comunicação permite que a comunicação seja efetuada e que pessoas que estejam incapacitadas ao nível da fala possam interagir, comunicar e se expressar, desenvolvendo as suas capacidades enquanto seres humanos.
Os sistemas de comunicação alternativa/aumentativa permitem o treino das capacidades de atenção, de memória, entre outros, que facilitam o desenvolvimento das estruturas mentais. Deste modo, estes sistemas promovem o desenvolvimento global da criança, a sua independência e autonomia, a sua integração em meios diversificados, aumento do conhecimento do meio em que está inserida e uma maior participação em meios diversificados.
Para facilitar a comunicação são utilizados "sistemas de signos", nomeadamente, os signos gestuais  (língua gestual), os signos gráficos (Bliss, SPC, PIC, Rebus, etc.) e signos tangíveis (fichas Premack-feitas em madeira).

Bibliografia:
TETZCHNER, S.; MARTINSEN, H (2000) Introdução à Comunicação Aumentativa e Alternativa. Colecção Educação Especial. Porto. Porto Editora.